A presente monografia aborda os efeitos do fenômeno contemporâneo coletivo da positividade tóxica sobre o sujeito e indaga se podem tornar-se obstáculos ao processo de individuação. A partir de conceitos e definições da estrutura da psique, sob o ponto de vista da teoria junguiana, o trabalho tem como objetivo verificar se os valores nos quais se baseia a positividade tóxica podem abalar o eixo ego-Self, limitando o potencial do indivíduo na jornada de tornar-se Si-mesmo. Desta forma, traz a seguinte problematização: os valores que norteiam os comportamentos caracteristicos da positividade tóxica poderiam ser obstáculos ao processo de individuação? Para responder a este questionamento, esta monografia foi construída utilizando-se do método de pesquisa bibliográfica, de caráter qualitativo-exploratório, embasada em livros e artigos acadêmicos que abordaram a positividade tóxica e o contexto da contemporaneidade em que o fenômeno se desenvolve, assim como o referencial junguiano, e concluiu que a negação do sofrimento diante das vissicitudes da vida e a internalização da pressão coletiva por manter sempre um estado de bem-estar e produtividade impõem ao sujeito uma atitude de unilateralidade, que o afasta do processo de individuação. A partir desta constatação, fica clara a necessidade de tomada de consciência e integração dos conteúdos relegados à sombra pelo mecanismo da positividade tóxica para que a psique possa voltar a mover-se ao encontro da totalidade.
Palavras-chave: Psicologia Junguiana; Positividade Tóxica; Sofrimento; Individuação
